Neste filme, Coutinho explora a religiosidade e a espiritualidade das pessoas de uma comunidade pobre do Rio de Janeiro. O fio condutor para captar as histórias é a missa campal do Papa João Paulo II em sua segunda visita ao Brasil.
Aquele povo sofrido apresenta para as câmeras de Coutinho a sua relação com o Sagrado, porém, em algum grau percebe-se que esta relação é encapada por uma necessidade de aceitação social, e isto se reflete nas diversas vezes em que se aparece a afirmação: "A minha religião é católica, mas eu tenho contato com o espiritismo" e leia-se espiritismo como religiões africanas.
Esta necessidade é reflexo de um modelo social excludente onde o preconceito permeia qualquer tipo de posicionamento, especialmente se você não for alguém de influência. Pense: Um cara é negro, mora na favela, pobre de posses e é umbandista. Via de regra ele não é muito bem visto. A única variável que de fato ele pode omitir externamente é a religião. E é ali que ele tenta se encaixar na sociedade corrente.
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