sexta-feira, 15 de abril de 2011

segunda-feira, 11 de abril de 2011

CINELOSOFIA - EXIBIÇÃO DO FILME JANELA INDISCRETA - 9.04.2011

O melhor de se discutir cinema é a ampla possibilidade de descobrir várias interpretações sobre um filme. A exibição de "Janela Indiscreta" trabalho do diretor Alfred Hitchcock no último sábado no projeto Cinelosofia é uma prova disso.

Via de regra nos apegamos ao que está mais evidente no filme que pode estar restrito a um bisbilhoteiro que por conta de sua temporária imobilidade passa o dia a observar o que ocorre na vizinhança. Entretanto, a discussão do sábado enviesou-se para outras esferas:

1 - Jeff não é só um bisbilhoteiro, mas é, sobretudo um repórter que quer desvendar um fato.
2 - Sua noiva se junta a ele na investigação muito mais por uma prova de amor e para demonstrar que não era somente uma patricinha apaixonada.
3 - Quem normalmente observa por curiosidade tende a ter medo de ser descoberto como tal, rejeitando a possibilidade de também estar sendo observado, por isso a relação entre o bisbilhotado e o bisbilhoteiro é de um eterno jogo de esconde, onde o segundo faz de tudo para continuar anônimo e não identificado.

O mestre Hitch também participa do filme
Ademais a análise entra em uma seara que vai desde a ética do personagem até o sentimento que temos de estar sendo vigiados por alguém durante boa parte de nossas vidas.

Em uma discussão mais sobre como o filme conversa com o próprio cinema, fica sempre a impressão de que Hitchcock nos convida a entrar no filme para outro filme, na sensação de que as janelas vigiadas por Jeff são como telas de cinema mudo e por vezes até falado, em uma sala onde várias histórias acontecem simultaneamente e nós somos os expectadores juntamente com o personagem principal.

Janela Indiscreta é sem dúvida uma referência na arte cinematográfica, um suspense no qual a trama lenta é capaz de lhe prender e o coloca como espectador de um filme dentro do filme.

Para os mais curiosos temos abaixo como resultado do bate papo do Cinelosofia um mapa mental de como vimos as questões do Janela Indiscreta. Divirta-se e critique!




domingo, 10 de abril de 2011

DURVAL DISCOS

Uma situação muito curiosa no cinema nacional é a existência de filmes "escondidos" que apesar de obterem um certo reconhecimento quando da sua exibição, ficam a margem da lembrança que merecem. Este parece ser o caso de "Durval Discos" uma obra de Anna Muylaert.

Durval (Ari França) é um solteirão que vive com a mãe e mantém uma loja de discos de vinil durante o boom da industria de CD's. Ele refuta a idéia de passar a vender os digitais, assim como é incapaz de contestar as opiniões da mãe (belamente interpretada por Etti Fraser), mas tudo sai do eixo quando eles encontram em casa uma linda menina chamada Kiki, que com sua graça de criança muda toda a rotina bucólica de mãe e filho.

O que atrai muito no filme são as suas diversas interpretações, seja pelo momento de transição histórica pelo qual se passa ou pela situação psicológica de um filho que não consegue dizer não a sua mãe e pela eterna espera de uma idosa mãe que precisa curar uma carência que um filho adulto já não é mais capaz de fazê-lo.

Inclui-se a tudo isso as participações especiais de gente como Rita Lee, André Abujamra como personagens bem paulistanos de uma cidade retratada ali no inicio dos 90, mas que já nos prega saudade.



Lançamento: 2002 (Brasil)
Direção: Anna Muylaer
Atores: Ary França, Etty Fraser, Marisa Orth, Isabela Guasco.
Duração: 96 min
Gênero: Drama